Doutrina Espírita X Movimento Gay

Aqui estamos, mulheres e homens gays, sob as bênçãos de Jesus,
na Seara do Consolador Prometido - a Doutrina Espírita.

A Doutrina Espírita tem um lugar de destaque na História do Movimento Gay no Brasil.

Foi pela psicografia de Chico Xavier, em 1963, na obra "Sexo e Destino", que surgiram duas previsões: a de que a Ciência ainda mudaria seus conceitos sobre normalidade sexual, abarcando a homossexualidade como manifestação natural no ser humano. E de que chegaria o tempo no qual mulheres e homens homossexuais alcançariam igualdade de direitos civis.

Mas os vinculos do Consolador com a cidadania gay remontam aos tempos do Codificador Allan Kardec, que em um tempo no qual reservavam-se os tribunais e a prisão aos homossexuais, corajosamente incluiu comentários de enfoque natural para a transsexualidade.

Voltando ao Brasil, no ano de 1970, na obra "Vida e Sexo, o espirito Emmanuel, pela psicografia de Chico Xavier, trouxe uma lição específica sobre o tema, defendendo tratamento igual e inclusão aos homens e mulheres homossexuais.

E foi com inspiração nas mensagens de André Luiz e Emmanuel que, e

m 1972, tiveram início as lutas públicas pela cidadania gay no Brasil, pelo então dirigente espírita Edson Nunes.

O I Simpósio Brasileiro de Estudos Sobre a Homossexualidade (*)
aconteceu no mês de julho daquele ano, no Auditório do Colégio Estadual Central de Belo Horizonte, reunindo médicos e representantes religiosos.

O padre José Vicente de Andrade (**), da Congregação dos Sagrados Corações e biógrafo do famoso Padre Eustáquio, o pastor Márcio Moreira, da Segunda Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte e o dirigente espírita Edson Nunes fizeram enfoques nos quais se defendia a inclusão social das mulheres e homens homossexuais. O endocrinologista Marcus Fernandino abordou a questão pelo lado médico, com avanços e perspectivas que iam além da mentalidade da época.

No entanto, o preconceito é um vírus de difícil erradicação. E nos dias de hoje ainda há dirigentes, expositores e articulistas espíritas que ignoram a clareza doutrinária sobre a homossexualidade.

A Comunidade Gay Espírita deseja ser o vínculo e a mensagem para a erradicação do preconceito no meio espírita. E mais que tudo o ponto de convergência das nossas almas em busca do aprimoramento espiritual - pelo estudo e pela comunhão fraterna do ideal cristão.

Paz e Luz. (*) À época, ainda foi usada a expressão homossexualismo, pois homossexualidade não constava do vocabulário usual. (**) O padre José Vicente, desde há muitos anos, seguindo todo o processual católico, pediu licença do exercício sacerdotal para se casar. É professor universitário e jornalista, membro da Associação dos Padres Casados.
Fonte: Net